27.5.11

BAIT 3D - Trailer

Filme de tubarão do mesmo diretor de RAZORBACK e HIGHLANDER. 

VINCENT

Não tive tempo hoje de preparar um texto sobre o gigante Vincent Price, em homenagem ao seu centenário, mas vou deixar, de presente, links de três textos de filmes que eu já postei aqui no blog pra quem não leu ainda.

CONFESSIONS OF AN OPIUM EATER (1962)

MANSÃO DO TERROR, aka O POÇO E O PÊNDULO (1961)
A ORGIA DA MORTE (1964)

26.5.11

STREET KINGS 2: MOTOR CITY (2011)

Ray Liotta estrela esta continuação direct to video de OS REIS DA RUA, policial de 2008 com o Keanu Reeves no papel principal e que eu não achei tão ruim quanto diziam na época. STREET KINGS 2: MOTOR CITY, de um tal de Chris Fisher, está longe de ser excelente, mas até que é um decente filme policial e conseguiu prender a minha atenção. É preciso ressaltar também que esta continuação não possui qualquer ligação com o filme anterior. É apenas mais uma daquelas picaretagens de sempre, pega-se o título de um filme “maior” e fazem uma sequência pra atrair público.

O filme começa com uma transação de drogas na qual tudo dá errado e os policiais que estavam trabalhando disfarçados são descobertos. Um deles, Mark Kingston, o Ray Liotta, sai do tiroteio gravemente ferido nas pernas. Três anos depois, uma série de assassinatos envolvendo os policiais que paticiparam da investigação do caso de drogas são misteriosamente assassinados. E para resolver o caso, um jovem e ambicioso detetive, Dan Sullivan (Shaen Hatosy), entra em ação juntamente com Marty (que pode ser também um alvo). Apesar das divergências iniciais, os dois conseguem adentrar num submundo de conspirações internas e policiais corruptos!

No primeiro filme, o roteiro era daqueles onde o protagonista mata a charada nos 45 minutos do segundo tempo (embora nõa fosse muito difícil de descobrir antes). Uma diferença para o tipo de filme policial que temos em STREET KINGS 2 é que o espectador e o investigador descobrem o esquema bem antes do filme acabar. O foco aqui são os desdobramentos de tais revelações, como alguns personagens devem lidar quando se descobre que o inimigo está mais perto do que se imagina e, talvez o mais importante, quais as razões que motivam o assassino…

Nada disso é muito original, o filme é genérico e está longe de ser um pioneiro do filme policial, só que existem exemplares bem piores por aí. Especialmente se considerarmos que estamos falando de uma sequência de baixo orçamento lançado diretamente no mercado de vídeo. Tudo o que acontece em STREET KINGS 2 você já deve ter visto antes, mas o filme consegue reunir os clichês de forma satisfatória e, mesmo sem ter muita ação, diverte.

Mas o ingrediente principal é a presença de Ray Liotta, sempre cativante e muito a vontade. Já o tal do Hatosy não tem carisma algum pra ser o herói, mas dá para o gasto. Assim como o filme, de uma forma geral, não é nenhuma maravilha, mas vale a pena uma conferida pra quem curte policiais sem muita frescura.

23.5.11

ISAAC FLORENTINE - Filmografia no blog

O ciclo do diretor Isaac Florentine está encerrado. Escrevi sobre todos os filmes que o sujeito já realizou aqui no blog (com exceção dos filmes dos Power Rangers). Só volto a escrever sobre ele de novo quando  lançar seus próximos trabalhos ou se eu rever algum de seus filmes e tiver algo a acrescentar. Por enquanto, é isso. Segue a lista:

FAREWELL TERMINATOR (1987)
DESERT KICKBOXER (1992)
SAVATE (1995)
HIGH VOLTAGE (1997)
BRIDGE OF DRAGONS (1999)
COLD HARVEST (1999)
US SEALS II (2001)
SPECIAL FORCES (2003)
MAX HAVOC - CURSE OF THE DRAGON (2004)
UNDISPUTED II (2006)
OPERAÇÃO FRONTEIRA (2008)
NINJA (2009)
UNDISPUTED III (2010)

Agora acho que preciso da ajuda de vocês pra escolher uma outra personalidade do cinema para peregrinar! Quem deverá ser o próximo?! Fiquem a vontade para propor na caixa de comentários ou na página do DEMENTIA 13 no Facebook (aproveite e dê uma "curtida").

Só peço que escolham nomes que tenham relação com o blog, por favor! Nada de Bergman ou Tarkovski... pode parecer que não, mas eu sou fã desses caras também. Só não teria condição alguma de escrever sobre eles!!!

OPERAÇÃO FRONTEIRA, aka The Shepherd - Border Patrol (2008)

Quem acompanha a carreira do Van Damme desde sempre, deve se lembrar que o sujeito passou por uma fase negra lá pelo início dos anos 2000, quando encarou vários projetos medíocres para financiar o seu consumo de drogas. Mas parece que já deu a volta por cima e a sua fase atual está bem interessante já faz um bom tempo. Van Damme parece mais maduro e seus últimos 4 ou 5 filmes tentam agradar os dedicados fãs ao mesmo tempo em que assume funções mais complexas e desafiadoras como ator. Basta vê-lo em JCVD ou ATÉ A MORTE para notar isso de forma clara!

OPERAÇÃO FRONTEIRA faz parte dessa leva. É o filme que mais se aproxima ao que Van Damme fazia nos anos 80 e 90 em termos de estrutura. Temos um típica trama sobre um policial com um passado traumático que é transferido para a fronteira com o México e enfrenta perigosos traficantes. O filme é cheio de ingredientes e detalhes que fazem a cabeça dos fãs e é constantemente pontuado com as habituais sequências de ação old school coordenadas pelo diretor Isaac Florentine (quem mais seria?): Brigas em bar, em prisão, no meio da rua; perseguições à pé ou em veículos, uma delas envolvendo um ônibus cheio de freiras! Um final com um mano a mano contra o “vilão final”, vivido por Scott Adkins, ao melhor estilo nostálgico oitentista!

E Van Damme aproveita muito bem a idade e o olhar cansado para dar um sustento expressivo à complexidade de seu personagem. Eu sempre gostei da figura badass dos filmes de ação truculentos dos anos 70, 80 e 90, mas a coisa fica ainda mais interessante quando esses personagens brucuturs, aparentemente sem emoções humanas, demonstram um lado sensível, nem que seja em simples alusões, imagens e situações. Por exemplo, Chow Yun Fat segurando uma arma em uma mão e um bebê na outra enquanto distribui balas nos bandidos no final de FERVURA MÁXIMA! Isso é que é ser badass! Van Damme tem muito desse espírito aqui, maltratando a malandragem enquanto carrega o coelhinho (um elemento deveras dramático) da sua filha pra todo lado.

Já Scott Adkins, trabalhando novamente com o diretor, apronta a sua roubada de cena habitual. Sem dúvidas que é um dos melhores atores de ação direct to video da atualidade!

O filme peca um pouco com o roteiro, tem uns buracos bestas, tentativas de fazer discurso político que não se vê necessidade alguma, ao invés de deixar tudo caminhar pra boa e velha ação! Nada que estrague o prazer de assistir ao Van Damme dando a volta por cima, distribuindo pancadas e chutes rodopiados como fazia no inicio de carreira. A luta final não é épica como Billy Blanks vs. Matthias Hues em TALONS OF THE EAGLE, mas é divertida. É daqueles exemplares que me deixa com um sorrisão do início ao fim.

A LONELY PLACE TO DIE - trailer




22.5.11

PREMIADOS EM CANNES 2011


Camera D'Or: LAS ACACIAS, de Pablo Giorgelli
Prêmio do Júri: POLISSE, de Maïwenn Le Besco
Roteiro: Footnote, de Joseph Cedar
Prêmio de Atriz - Kirsten Dunst, MELANCHOLIA
Prêmio de Ator - Jean Dujardin, L'ARTISTE
Prêmio de Direçāo - Nicolas Winding Refn, DRIVE
Grand Prix - LE GAMIN AU VELO, de Jean-Pierre e Luc Dardenne e ONCE UPON A TIME IN ANATOLIA, de Nuri Bilge Ceylan
Palma de Ouro - THE TREE OF LIFE, de Terrence Malick

THE WARD - poster

21.5.11

MAX HAVOC: CURSE OF THE DRAGON (2004)

Quase acabando de dissecar a filmografia do Isaac Florentine. Faltam apenas mais dois filmes, este MAX HAVOC e OPERAÇÃO FRONTEIRA, com o Van Damme. Tudo que o diretor realizou depois, eu já comentei por aqui. E aí, chega de Florentine por um bom tempo!

Como eu estou me dedicando bastante, eu não poderia passar batido por MAX HAVOC, mesmo não sendo um filme do Florentine! Quem dirigiu foi o nosso estimado Albert Pyun! Mas eu explico porque ele entra neste ciclo do diretor e de forma bem resumida: sempre foi algo habitual um projeto do Pyun dar errado, se transformar numa bobagem horrível, produtores se arrependendo totalmente por terem colocado dinheiro nas mãos dele. Com MAX HAVOC é a mesma coisa.

Geralmente eu costumo defender os filmes do Pyun, por pior que sejam, mas no caso deste aqui, eu não pretendo nem tentar! É uma bela merda mesmo. E onde entra o Florentine nessa história? Bom, depois de notarem a qualidade do resultado filmado por Pyun, os produtores tiveram a idéia de chamar o Florentine para tentar salvar alguma coisa. O israelense acabou fazendo apenas aquilo que sabe de melhor: cenas de porrada! Cerca de 10 minutos do filme, todas elas sequências de luta, foram realizadas pelo Florentine. Digamos que isso não salvou absolutamente nada em MAX HAVOC, mas pelo menos temos umas ceninhas de luta bem bacana (desperdiçadas numa porcaria de filme).

Pyun ainda teve sérios problemas que envolviam o orçamento do filme e as autoridades da ilha na qual foi utilizada para produção, Guam. Mas essa história é mais complexa…

Então, temos aqui uma obra ambientada num universo paradisíaco, com uma tremenda ajuda financeira do próprio governo local e não são poucas as cenas em que se gastam longos minutos para explorar a beleza natural do lugar. E isso sem qualquer relação com a narrativa… só pra mostrar mesmo o quanto Guam é bonita e atrair turista. Sim, MAX HAVOC é um filme propaganda!

Se bem que o personagem título é um fotógrafo e quando isso ocorre ele está sempre "trabalhando", o que justifica as cenas claramente “encomendadas”. Max Havoc é um ex-lutador de kickboxer que tenta levar uma vida pacata tirando suas fotos, mas acaba atraído pelo mundo do crime quando uma pequena estátua de dragão oriental é roubada. A estátua passa por algumas mãos até chegar a uma negociante de artes, ao mesmo tempo, o dono da peça, um chefão do submundo do crime vivido por ninguém menos que David Carradine, envia seus capangas para recuperá-la. Max se vê no meio da situação quando tenta proteger a moça e vingar a morte de seu ex-treinador, Richard Roundtree, morto por causa da estátua…

O filme não chega a ser ofensivo de tão ruim, mas está muito longe de ser bom. Pra mim, não serviu nem como diversão descompromissada. Na verdade, me peguei cochilando diversas vezes. Mas um dos pontos legais são os rostos familiares, como Caradine, Roundtree e até Carmen Electra, desfilando pelo filme. Mickey Hardt, que vive o protagonista, até que não é mal como ator de ação. Já disse que as lutas são legais, mas nada de impressionante também… Com mais ação e pancadaria, talvez MAX HAVOC fosse um pouquinho mais estimulante.

20.5.11

DRIVE - Poster

 
O mais aguardado pela minha pessoa dentre os filmes do Festival de Cannes de 2011.

Arnold

Ia postar algo sobre o quanto os atuais problemas pessoais do Schwarzenegger tem interferido no seu retorno ao cinema, mas aí encontrei essa imagem e... bem, vamos ficar apenas com a imagem.

19.5.11

MICHAEL JAI WHITE no set de SOLDADO UNIVERSAL 4

Estamos todos ansiosos pelo novo filme da série SOLDADO UNIVERSAL, que deve ser lançado ano que vem, não estamos? Mas a notícia de que o ator Michael Jai White não faria mais parte do elenco me deixou um pouco chateado... só não me deixou mais porque ao mesmo tempo Scott Adkins era anunciado para integrar o time que já conta com Jean Claude Van Damme, Dolph Lundgren e Andrei Arlovski.

No entando, as filmagens de SU4 já começaram e o coordenador de lutas, Larnell Stovall, publicou uma foto dele no meio de Adkins e Jai White, com o seguinte comentário: "On the set on Universal Soldier 4... Hmmmm... why is MJW on set??!! Hehehehehe"

Bem, eu sei que isso não confirma nada e mesmo sem o Jai White acho que teremos um filmaço. O negócio é que com o Jai White no elenco, as chances disso acontecer aumentam absurdamente! Lembrando que Jai White pertence ao universo da série, tendo participado daquela tralha que é o segundo filme, SOLDADO UNIVESAL - O RETORNO. Então, esperemos mais notícias em breve confirmando o que tiver que confirmar!

Este quato filme é escrito e dirigido por John Hyams, o mesmo que nos brindou com UNIVERSAL SOLDIER: REGENERATION

15.5.11

HELL COMES TO FROGTOWN (1988)

Assisti a este aqui outro dia e SIM, o filme é tão divertido e engraçado quanto o título e o cartaz sugerem! HELL COMES TO FROGTOWN tem como protagonista ninguém menos que Roddy Piper, de ELES VIVEM, e é sempre um prazer poder acompanhá-lo durante 90 minutos de canastrice e frases de efeitos em uma produção sem grandes pretensões, a não ser a de entreter seu público com uma série de ingredientes imperdíveis reunidos num mesmo filme.

Pra começar, Piper vive o último homem fértil do planeta em um futuro pós apocalíptico, onde guerras nucleares deixaram grande parte da população estéril. Ele é, então, recrutado pelo governo para uma missão peculiar. Colocam-lhe um cinto de castidade explosivo – para que não tente fazer bobiças – e junto com duas gostosas (entre elas Sandhal Bergman) precisa resgatar algumas ninfetas férteis que estão mantidas como reféns em uma cidade de mutantes bizarros que possuem corpos humanos e cabeças de sapo!

Apesar de todo esse potencial aparente de obra prima do cinema B americano oitentista, HELL COMES TO FROGTOWN não deixa de ser bem problemático e, provavelmente pelo baixo orçamento, pode desapontar quem espera ação de qualidade. É muito lento, em determinado momento, e acaba não sendo o clássico cultuado que eu gostaria que fosse… Na verdade, o filme, dirigido pela dupla Donald G. Jackson e R.J. Kizer (que eu não faço a menor idéia de quem sejam), é praticamente esquecido atualmente.

Mas putz, como é divertida essa bobagem toda! Roddy Piper é muito carismático, um dos atores mais engraçados do cinema americano – e não me lembro dele ter feito alguma comédia – e aqui está impagável com a sua desconfortável situação, sempre rodeado de mulheres, sem poder aproveitar, gerando uma série de gags hilárias a partir disso. O filme não explora a nudez de suas atrizes, mas não chegamos a sentir falta (o que não deixa de ser um filme sexy). O elenco está todo muito bem e conta com a ilustre presença de William Smith!

A premissa, as situações cômicas que surgem a partir daí, e o elenco já garantem uma diversão que contagia tranquilamente e compensa, por exemplo, a ação que é bem fraquinha (a não ser a do final, que é bacana). Quem já está acostumado com o ciclo de filmes pós apocalípticos de baixo orçamento dos anos 80 já sabe o que esperar por aqui. Além disso, há os “homens sapos”, um elemento a mais que prende a atenção, especialmente com as maquiagens incríveis, numa época em que os realizadores ainda se preocupavam em criar algo do tipo sem a ajuda de CGI.

14.5.11

COMANDO DELTA 2 - OPERAÇÃO COLÔMBIA, aka Delta Force 2: The Colombian Connection (1990)

Eu sabia que estava esquecendo algo! Escrevi sobre COMANDO DELTA no ano passado, mas deixei de lado a sequência, que é um dos filme mais exagerados e divertidos do ex-astro Chuck Norris, dirigido pelo seu irmão, Aaron Norris. Como não poderia deixar vocês órfãos de mais essa pérola do cinema de ação casca grossa, resolvi retornar ao filme, o qual assistia deslumbrado na época de moleque e até hoje continua um prazer a cada sessão.

Chuck e Aaron já haviam trabalhado juntos no terceiro filme da série BRADOCK. Qualquer hora dessas eu farei uma revisão dessas belezinhas, mas lembro de ter gostado muito deste terceiro. Depois eles fizeram outras bagaças, mas sem dúvida alguma, é em COMANDO DELTA 2 que os irmãos devem ter se saído melhor! É um filme cheio de ação ridícula (no bom sentido), com o velho Chuck chutando bundas em vários momentos, além da presença de Billy Drago como um dos vilões mais estranhos e engraçados da história do cinema de ação!

COMANDO DELTA 2 é muito diferente do primeiro filme e poderia muito bem se passar como um veículo de ação para Chuck Norris sem precisar carregar o título do anterior. Apesar da ação exacerbada do final, o primeiro tem uma levada mais séria, conta com a presença de um elenco de peso, entre eles o maior ator de todos os tempos, Lee Marvin; tem um roteiro mais trabalhado; sem falar naquela musiquinha brega de programa esportivo que fica tocando e gruda na cabeça! Este aqui já parte para uma direção diferente, é grosseiro, truculento pacas e ao invés de terroristas sequestrando aviões e toda aquela burocracia do antecessor, temos um traficante de drogas que sequestrou alguns agentes americanos e Chuck Norris quer apenas detonar tudo da maneira mais explosiva e badass possível!

Mas infelizmente, em determinado momento, apesar do tom totalmente diferente, COMANDO DELTA 2 cai nas armadilhas do primeiro, deixando o filme num marasmo enquanto poderia estar criando situações para cenas de ação desenfreada. No fim das contas, isso não chega a ser um problema, já que o gran finale compensa todos os pecados do roteiro, mas não poderia deixar de apontar isso!

O orçamento até que permite ação de qualidade e os Norris se beneficiam muito disso, especialmente no citado final, onde temos boas doses de explosões e grande poder de fogo utilizado para o nosso deleite. Há uma cena onde Chuck e Drago são arrastados dentro de uma floresta pendurados em um helicóptero que é um primor! Típica sequência que só poderia sair dos anos 80 e início dos 90.

Além das boas sequências de ação, não falta ao filme frases de efeito, personagens mal construídos que tornam a sessão involuntariamente engraçado, sem contar a "cereja do bolo", a presença de Billy Drago, que está realmente impagável, um dos atores mais bizarros que existe!

6.5.11

HUNT TO KILL (2010)

Eu tenho gostado do trabalho do Steve Austin em seus pequenos veículos de ação, embora só tenha visto até agora DAMAGE e este HUNT TO KILL. Obviamente não vamos compará-lo a um Marlon Brando no quesito talento dramático, mas o sujeito tem carisma quando faz um específico tipo de personagem, além de mandar bem em cenas de ação e pancadaria. Em DAMAGE, onde tentam construir uma figura mais complexa para o Austin, até que se saiu bem e o filme é um pretensioso (no bom sentido) estudo de persoangem em meio à violencia das lutas clandestinas. Já em HUNT TO KILL, o negócio é mesmo a ação e às favas com o roteiro!

Austin é um policial e experiente caçador, que vive nas florestas de Montana, perto da fronteira com o Canadá e entra numa enrascada quando precisa servir de guia dentro da mata para um grupo de assaltantes de banco que persegue um traidor. A gangue tem a filha de Austin como refém, e por isso o sujeito age com cautela e segue as ordens do grupo… mas como todo bom filme de ação bem clichezão, uma hora o cara vai ter de usar toda a sua habilidade em sobrevivência na floresta para exterminar cada um dos meliantes e salvar sua filha.

Gil Bellows interpreta um exagerado lider da gangue, que tem como um dos membros Gary Daniels, numa atuação discreta e supostamente mal aproveitada. Mas o fato é que Daniels marcou presença em HUNT TO KILL como um favor a pedido de Steve Austin, já que os dois se tornaram grandes amigos após contracenarem em OS MERCENÁRIOS. Apesar disso, a sequência na qual Austin e Daniels entram em combate físico contou com a coreografia deste último. É o grande momento do filme e que faz valer ao menos uma conferida!

O final também merece destaque. Aparentemente, tirando Gary Daniels, nenhum dos outros bandidos são grandes ameaças a Steve Austin, que quando finalmente entra em ação, acaba com cada um facilmente. Mas para a nossa surpresa, o vilão de Bellows consegue dar um trabalho imenso ao herói, transformando o gran finale num espetáculo de ação casca grossa que remete aos filmes dos anos oitenta, cheio de exageros, truculência e sem qualquer frescura!

O elenco conta também com a participação de Eric Roberts, numa ponta de respeito logo no início do filme.

HUNT TO KILL nunca vai ser uma obra prima do gênero, o roteiro é fraquíssimo e reaproveita toscamente a idéia de RISCO TOTAL, com o Stallone, e daqui algum tempinho já vai ser esquecido (exceto para os fãs de ação direct to video), mas é um bom trabalho do diretor Keoni Waxman (que fez alguns dos últimos filmes do Steven Seagal), tem um elenco interessante, bons efeitos especiais e uso da locação… pode ser visto sem muito compromisso que é diversão certeira!

5.5.11

SPECIAL FORCES (2003)

Uma jornalista americana é capturada e feita refém depois de tirar fotos de um massacre cometido por um sádico general e seu exército em uma pequena vila de algum país ficcional do leste europeu. Os Estados Unidos decidem então enviar uma equipe altamente especializada em missões ultraperigosas para resgatar a moça, liderado pelo Major Don Harding (Marshall Teague). E aí está a base do simples e prático mote de SPECIAL FORCES, mais um trabalho de Isaac Florentine!

 

Temos aqui ótimas cenas de ação, acompanhadas de alguns detalhes que os fãs do gênero sempre gostam de ver, com aqueles lances de espionagem, os heróis espreitando por trás dos seus inimigos durante a invasão de uma base protegida, assassinatos surpresas passando faca na garganta, pistolas com silenciadores, pescoços quebrados, bombas implantadas em caminhões e barris de combustíveis, para explodirem na hora da fuga, estilo RAMBO III… quem não gosta dessas coisas?

SPECIAL FORCES é uma dessas produções patriotas que exaltam o heroismo americano e blá blá blá, mas o que importa mesmo é que este filme representa dois fatos marcantes na carreira de Florentine.

O fato número 01 (um) é que se trata do primeiro trabalho do diretor em conjunto com o ator britânico Scott Adkins. A partir deste aqui, todos os filmes seguintes do Florentine tem o Adkins no elenco. Menos em MAX HAVOC, que é, na verdade realizado pelo Albert Pyun e o Florentine foi chamado pra tentar consertar a cagada do diretor de CYBORG. Mais detalhes em um post futuro…

Scott Adkins é de um talento impressionante no campo das artes marciais. Como ator, tem carisma suficiente para se tornar um astro popular dos filmes de ação. Aqui, ele tem uma pequena participação, mas é crucial! Rouba o filme pra si toda vez que surge em cena e gostamos tanto do personagem que sempre ficamos com um gostinho de “quero mais”. Ele interpreta um soldado britânico que ajuda a equipe americana a resgatar a jornalista. Só que o cara é um verdadeiro ninja! Luta pra cacete, consegue acertar dois bandidos desavisados, com um chute em cada, mas no mesmo salto, sem tocar o chão. É de encher os olhos.

Aí chegamos ao fato número 02 (dois). A luta final protagonizada entre Scott Adkins e o capanga braço direito do vilão representa o nível de qualidade mais alto do talento de Isaac Florentine como diretor de cenas de luta. A maneira como movimenta a câmera, escolhe os ângulos, a coreografia da luta, é de uma maestria que remete ao estilo old school de filmar sequências como esta. É por isso que eu considero o Florentine o maior diretor de pancadaria da atualidade no cinema ocidental.

É a partir daqui que as sequências de luta ganham uma força descomunal em seus filmes seguintes, como NINJA e UNDISPUTED II e III. É claro que ter um ator que realmente sabe lutar ajuda um bocado, como é o caso do Adkins, mas Florentine demonstra que amadureceu muito ao longo da carreira. O resultado em SPECIAL FORCES é fenomenal em comparação com o que é feito no cinema americano atual, geralmente com câmeras tremidas e cortes rápidos que não deixam o espectador enxergar um simples soco.


No fim das contas, SPECIAL FORCES não chega a ser dos melhores filmes do diretor, mas é bom como passatempo, abusa em sequências de ação e, para os fãs ardorosos, serve como marco na carreira do Florentine.


Esse clip dá uma boa noção do que esperar do filme.

3.5.11

U.S. SEALS II (2001)

As notícias da operação que matou o terrorista Osama Bin Laden no último domingo vieram, coincidentemente, quando eu havia acabado de ver dois filmes do Isaac Florentine, U.S. SEALS II e SPECIAL FORCES, que tratam justamente de grupos especiais do exército americano em missões internacionais secretas e perigosas. A diferença entre eles é que enquanto o segundo consegue divertir, sem grandes esforços, quem curte produções de baixo orçamento de ação, U.S. SEALS II é uma tralha que não se deve levar sério em momento algum… é tão ruim que chega a ser engraçado e diverte mais do que muito blockbuster do gênero.

Por enquanto, vamos falar apenas deste, que é a parte do meio de uma trilogia que começa com U.S. SEALS (2001) e termina com OPERAÇÃO TEMPESTADE (2002), mas cada filme é independente entre si. Ainda bem, porque o único que eu vi foi este aqui dirigido pelo Florentine.

Na trama, temos Damian Chapa (o sujeito que interpretou o Ken de carne e osso, na adaptação de STREET FIGHTER, com o Van Damme) como um membro da força especial do título que acaba voltando-se para o lado negro da força, sequestra uma cientista americana e, com uma quipe de mercenários, ocupa uma ilha abandonada de onde pretende ativar dois mísseis nucleares!!! O cara é mesmo do mal e exige um bilhão de dólares ou vai começar a mandar metade da América para os ares!

Para que isso não aconteça, o ex-parceiro (e agora inimigo mortal de Chapa), Michael Worth, junta-se com um general (Marshall Teague) e forma um grupo de ex-combatentes truculentos para invadir a ilha, salvar a cientista, impedir o lançamento dos mísseis e liquidar ao máximo o número de bandidos!

Parece tentador, não é? Mas vamos com calma. U.S. SEALS II tem alguns problemas que exigem da paciência do espectador. Após uma boa sequência de ação no início, o filme entra num marasmo pra deixar a história tomar forma. É até legal ver um pequeno filme como este tomar tempo para desenvolver um enredo, sem se importar o quão brega ele é, ou se os atores são péssimos, etc. Quando a ação recomeça lá pelas tantas, já na ilha invadida, é pratimante ininterrupta, com abundantes sequências de pancadaria. Sim, vale ressaltar que a ação é basicamente formada por cenas de luta, já que o roteiro teve a inteligência de lembrar que armas de fogo na ilha poderiam interferir em dois pequenos mísseis nucleares armados e prontos para utilização. Assim, todos os personagens e até o bandido mais descartável utilizam paus, correntes, facas, espadas samurais, os próprios punhos, para derrubar o adversário.

O problema é que essas sequências de lutas não são lá grandes coisas, são bacaninhas, mas poderiam ser bem melhor e mais elaboradas, o que torna o filme um pouco chato, mesmo com tanta ação. Claro que isso é devido ao baixo orçamento da produção. Por outro lado, cria-se a idéia de que a ilha seja um verdadeiro campo de batalha de corpo a corpo e isso é muito legal! E culmina num confronto final entre Worth e Chapa, que realmente é caprichada e de arrebentar!

Outro problema de U.S. SEALS (e desta vez não tem nada a ver com o orçamento) é o efeito sonoro dos movimentos cortanto o ar. É óbvio que uma espada deslocada de um ponto ao outro no firmamento faz um som. Mas aqui, TODA vez que um persoangem gira a cabeça, levanta um braço, mexe a porra de um dedo ou pisca, ouvimos o som do ar cortanto! Putz… que mania besta que o Florentine pegou de tanto fazer episódios e alguns longas dos POWER RANGERS (que eu fiz o favor a mim mesmo de não assistir nessa peregrinação da carreira do homem). Mas U.S. SEALS II passa… é ruim, mas diverte.

1.5.11

COLD HARVEST (1999)

Depois de Dolph Lundgren, em BRIDGE OF DRAGONS, chegou a vez de Gary Daniels detonar com tudo em COLD HARVEST, mais um trabalho assinado pelo nosso diretor israelense preferido, Isaac Florentine (ou alguém prefere o Amos Gitai?! hehe).

Como já observamos em outros filmes do diretor, a trama de COLD HARVEST se passa em período e ambiente inusitados: em um futuro pós-apocalíptico onde não se vê a luz do dia, um vírus mortal causa o terror em certas áreas infectadas.

Gary Daniels, em papel duplo, é Roland, um famoso caçador de recompensas – desses que pegam o trabalho através de cartazes de “procurado” (vocês vão entender porque) – e é também Oliver, seu irmão gêmeo, um dos poucos que carregam em seu corpo uma possível cura para o tal vírus. Quando ele e sua mulher (a musa dos anos 80, Barbara Crampton) estão sendo levados, junto com outros “portadores da cura”, para uma zona não infectada, o comboio é atacado pelo perigoso vilão Little Ray (Bryan Genesse) e sua gangue, que resolve simplesmente matar todo mundo sem muito motivo. A única que escapa é Barbara Crampton, que está grávida e, por conta disso, também carrega a cura. Procurada pelo bandido, ela encontra seu cunhado que agora tem de protegê-la, levá-la até a tal zona e vingar a morte de seu irmão! Tudo ao mesmo tempo!!!


 
É, o roteiro parece mais elaborado do que as simples tramas que Florentine costuma trabalhar quando escreve seus próprios scripts, mas até que a coisa não é tão complicada assim. Trata-se, no final das contas, da boa velha trama de vingança. Até porque o filme se preocupa mais em desenvolver cenas de ação do que histórinhas e personagens, embora tenha um pano de fundo bem interessante! Não há dúvidas que essa combinação deixa COLD HARVEST no topo, como um dos melhores trabalhos do diretor, na minha opinião!

Uma das coisas mais legais do filme é que o universo que temos aqui, é visto como um encontro entre o futuro e o passado, da mesma maneira que Florentine havia feito em BRIDGE OF DRAGONS, mas o passado em COLD HARVEST é representado por elementos do western. Os personagens andam de bugres estilo MAD MAX 2, motos, helicópteros, etc, ao mesmo tempo em que existem saloons, vestem-se como forasteiros do velho oeste e carregam armas no coldre prontos para um duelo… Eu sei que nada disso é muito original, mas curiosamente, os personagens também lutam kung fu (ou algo do tipo), pra não esquecermos que estamos num filme de Isaac Florentine!

Gary Daniels não tem o carisma de um Dolph Lundgren, mas ele sabe fazer a coisa funcionar. É o tipo de ator que os amantes ardorosos de filmes B de ação aprendem a gostar, especialmente quando o sujeito pode abusar de toda a sua real habilidade em artes marciais, como é o caso de COLD HARVEST. Ainda no elenco, Barbara Crampton tem uma atuação discreta, mas sua presença sempre ilumina o filme; e Bryan Genesse não tem muito perfil de vilão... mas consegue dar o tom sádico que seu personagem precisa, além de uma indefinição sexual que o deixa mais curioso.

E, claro, o diretor não decepciona na condução de vários momentos de pancadaria e tiroteios violentos. Aqui sim, Florentine demonstra porque é um dos melhores diretores de ação direct to video da atualidade! Destaque para a ação final, quando Gary Daniels invade o covil de Little Ray distribuindo tiros e porradas pra tudo quanté lado, filmado num estilo claramente inspirado em John Woo, mas desta vez funcionando perfeitamente, diferente do desastre HIGH VOLTAGE. Inclusive alguns enquadramentos recriam imagens dos filmes do diretor chinês. Outra influência clara presente no filme – especialmente na ação final – é Sergio Leone; o duelo entre o protagonista e seu oponente tem montagem que remete ao “trielo” de THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY acompanhada de uma trilha bem tosca de spaghetti western. Mas são detalhes que são um charme, contribuem muito para a ação e resulta num dos grandes momentos da carreira de Florentine!

Vamos ver agora como U.S. SEALS II se sai… este não me cheira muito bem. Quanto a COLD HARVEST, se você curte boa pancadaria e tiroteios em filmes de baixo orçamento, pode ir sem receio! O filme foi comercializado no Brasil com o título NO LIMITE DA VINGANÇA.