12.8.12

13 ASSASSINOS (Jûsan-nin no shikaku, 2010)

Um belo exemplar que saiu nos cinemas brasileiros recentemente e que eu assisti lá no ano passado, foi 13 ASSASSINOS, do japonês maluco Takashi Miike, dono de uma das filmografia mais interessantes e bizarras da década passada, com títulos como VISITOR Q, AGITATOR, GOZU, ZEBRAMAN, IZO, a obra prima ICHI – THE KILLER… bah, vocês sabem quem é o Miike, não preciso ficar apresentando.

O sujeito entrou numa de refilmar clássicos do cinema japonês. Um de seus mais recentes é uma versão de HARAKIRI (62), do Masaki Kobayashi, o qual, vale ressaltar, é um puta filmaço (o original, não vi ainda o remake). Neste aqui, andou rolando por aí que seria uma versão de OS SETE SAMURAIS (54). Até acredito na possibilidade de haver uma influência do filme do Kurosawa, que aliás, é uma baita influência pra muita coisa, mas 13 ASSASSINOS, oficialmente, é uma refilmagem de THE THIRTEEN ASSASSINS, de 1963, dirigido por Eiichi Kudo.

Como assisti no ano passado, não me recordo da trama detalhadamente, mas lembro que trata-se de um grupo de treze samurais, como o título indica, que une forças para enfrentar um perverso Lord feudal, que fez alguma merda grande, e todo seu exército, preparando uma tremenda armadilha em um pequeno vilarejo por onde deverão passar. No clímax final, tudo explode numa batalha épica eletrizante! Ah, isso eu me lembro muito bem! Mas até chegar a esse ponto, Miike trabalha a narrativa com a lentidão característica desses filmes clássicos de samurais.

Para quem sempre foi taxado de diretor excêntrico especialista em produtos esquisitos, 13 ASSASSINOS é um dos trabalhos mais acessíveis e bem acabados do diretor, sem desmerecer, é claro, suas maluquices de sempre. Sou um grande admirador da obra de Miike, cineasta dos mais inventivos, prolíficos e porra-loucas desta geração. Mas aqui o estilo é mais sossegado, o sujeito quis simplesmente fazer um filme de samurai bad-ass clássico, e mandou bem à beça.

(Mas que os fãs não fiquem tão preocupados. De vez em quando surge um detalhe incomum ao longo da narrativa, toque do diretor, só pra lembrar que estamos assistindo a um filme do Miike.)

Na batalha final temos tudo que se espera para este tipo de situação em um filme de samurais, especialmente, é óbvio, lutas de espada com ótimas coreografias e sangue em abundância. Miike demonstra desenvoltura para filmar as encenações de batalha, consegue transpor para a tela com clareza a ideia da dificuldade de ter apenas treze samurais contra um exército de centenas de homens e dirige com mão firme e criatividade uma gigantesca sequência de ação de uns trinta ou quarenta minutos de duração. A contagem de corpos é tão alta que chega a enjoar…

Brincadeira, não enjoa nada. Não dá pra enjoar de um troço desses… se o cinema não foi criado pra fazer coisas desse tipo, então não sei pra que foi. Gostaria de ver na tela grande, mas tenho a impressão de que não passou aqui onde moro. Mas não tem problema, fica a recomendação para ver um filme de samurai de primeira qualidade no cinema. E vou é tratar de ver logo a versão que o Miike preparou de HARAKIRI. See you soon, folks!

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